Colunista explica como surgiu o termo no comércio e o impacto da Black Friday no Brasil
Na última sexta-feira foi uma loucura em termos de vendas pelo Brasil inteiro. Quem viu, pelo menos, uma propaganda sobre a já famosa Black Friday?
Me surpreendeu que o comércio aqui no Brasil aderiu mesmo essa invenção americana, e tem muita gente tendo resultados bem expressivos. Vi muita propaganda online, nas redes sociais e emails, e vi também muita chamada no offline, TV e folhetos das lojas físicas, chamando para a Black Friday.
Durante a semana, conversei com muita gente sobre isso e várias me perguntaram: "Mas por que é chamada Black Friday"?
O termo Black Friday (do inglês "sexta-feira negra") foi usado pela primeira vez em 1869 para expressar o terror financeiro da quebra do mercado do ouro nos Estados Unidos. Mas foi durante os anos 50 que o termo começou a ser usado para o comércio. As lojas, para renovarem os estoques e acelerarem as vendas para o Natal, criavam ofertas incríveis para toda a sexta-feira após o dia de Ação de Graças.
E como comércio tem em todo o mundo, claro que essa moda pegou aqui no Brasil. A cada ano que passa, mais lojas entram na onda dos descontos da Black Friday, com ofertas imperdíveis mesmo, outras com aquela máxima “a metade do dobro”.
Só para você ter uma ideia, nesta Black Friday brasileira de 2017, segundo o site Eccomerce Brasil, os itens mais procurados foram os celulares e eletrônicos, com 32% do total. A média de R$ 578,00 por compra, com 48% das compras realizadas por pessoas com idade entre 25 e 34 anos. E o dispositivo mais usado para as compras foi o laptop, com 61% de participação. Confira aqui o infográfico completo.
Ainda segundo o site ecommercebrasil.com.br, o comércio eletrônico brasileiro faturou R$ 2,1 bilhões em dois dias de Black Friday (considerando a quinta e a sexta-feira). Tratando-se de tecnologia, o mobile foi um dos destaques, porque já mais de 30% das vendas online. Os pedidos feitos via celular aumentou 81% na comparação ao ano passado.
Segundo Pedro Guasti, CEO da Ebit, em apenas quatro anos, o comércio via mobile (m-commerce) sextuplicou. O crescimento do mercado de smartphones e o acesso à tecnologia do 3G e 4G impulsionou fortemente para que esse ano alcançasse esses números.
Segundo Rafael Russo, Head Data Measurement do Google, 60% das tomadas de decisão passam pelo formato digital, mas acabam nas lojas físicas. Alguns dos exemplos desse formato Online para Offline (O2O), o Google registrou um aumento de 300% nas buscas por opções como "compre online e retire na loja" e 70% nas buscas por "lojas próximas a mim" no Google Maps.
Assim, com todo esse mapeamento, conseguem entender melhor a experiência do consumidor quando utiliza a tecnologia para compras.
E se tratando ainda de tecnologia e comércio eletrônico, não poderia deixar de comentar sobre a marcação de um novo recorde de vendas mundial. Estou falando do site Alibaba.com. Ele precisou de pouco mais de 13 horas para bater US$ 25 bilhões em vendas pelo site, transformando o Dia do Solteiro, dia 11/11 na China, em um super evento. Ano passado, ele tinha conseguido US$ 17,8 bilhões. Nesta reportagem, o site G1 mostra que o Alibaba bateu recorde de vendas no Dia do Solteiro.
Os números do Alibaba impressionam no Dia do Solteiro. Com 15 milhões de produtos vendidos por 140 mil empresas, sendo 60 mil internacionais, foram mais de 657 milhões de pedidos e chegou a registrar 175 mil ordens de compra por segundo.
Ano que vem, com o crescimento do acesso à smartphones e internet no mundo, quem duvida que não teremos novo recorde de vendas, seja na Black Friday, seja no Dia do Solteiro?
Abraço e sucesso.
Publicado originalmente na coluna Tecnologia do jornal Diário de Santa Maria
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